quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Diário de bordo – nascente do rio Tietê

Mais um pedal, mais uma aventura! Desta vez nosso destino foi a nascente do Rio Tietê, localizada no município de Salesópolis, já na Serra do Mar. O rio nasce a cerca de 1.030 metros de altitude, e apesar da nascente estar apenas a 22Km do Oceano Atlântico a cadeia de montanhas que forma a Serra do Mar impede que ele corra em direção deste. Dessa forma o rio subverte a natureza e segue para o interior do estado, até desaguar no Rio Paraná, depois de percorrer quase 1.100Km.

Para chegarmos até lá fizemos algumas – demoradas – baldeações nos trens metropolitanos até a cidade de Mogi das Cruzes. Dali fizemos um percurso de cerca de 50Km até a cidade de Salesópolis, sob um sol já imponente e causticante.

Do perímetro urbano da cidade até a nascente do rio precisamos pedalar um bocado, algo por volta de 12Km, num percurso de rodovia e depois mais 6Km em estrada de terra, este bastante desgastante. Mas que por fim nos levou ao regato considerado a nascente do rio Tietê, que hoje se localiza no Parque Nascentes do Tietê. Quem quiser saber mais informações sobre a história do parque acesse o site do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), órgão que administra o parque.

Depois da visita ao parque nos refrescamos numa das várias cachoeiras que se encontram no munícipio de Salesópolis e obtemos mais energia para realizarmos o pedal de volta para Mogi das Cruzes almoçando no restaurante Senzala, que além deste serviço é um pequeno museu que representa uma senzala e venda de artesanato.

Após isso retornamos cansados para nossas residências, com mais uma experiência e um bom treino de pedal para relembrarmos à nossa posteridade.

Potter

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Ciclo Vida

São Paulo, sexta-feira, 18h. Quantas pessoas devem estar tentando se locomover nesta metrópole num dia como este? Precisar é quase impossível, mas é certo que o número está na casa dos milhões. Carros, ônibus, trens. Estes superlotados, aquele quase sempre com uma pessoa solitária no banco do motorista. Todos formando filas quilométricas de congestionamento. Um típico entardecer desanimador paulistano.

Ficaram tristes com essa descrição? Imagino que sim, qualquer um que já tenha passado, ou melhor dizendo, perdido algumas horas da vida por conta de um congestionamento, seja em Sampa ou em qualquer outro lugar, deve ficar desalentado quando lembra da situação. E pior ainda, sabendo que as coisas devem ficar assim por um bom tempo.

Ou não! Imaginem o mesmo cenário, São Paulo, sexta-feira, 18h. Avenidas vazias. Ãhn?! Avenidas vazias?! Sim, acho que é possível sim isso acontecer. Paulatinamente o governo está investindo no transporte de São Paulo, ciclovias (apesar de algumas não serem exatamente adequadas para um passeio) estão sendo construídas; mais linhas de metrô e trem servirão de transporte; e os ônibus têm preferência nas faixas exclusivas. Mas não é isso e nenhuma obra ou investimento do governo que mudará o cenário descrito acima, mas sim as pessoas.

Quando cada um de nós perceber que é parte integrante dessa cidade; quando cada um de nós se der conta de que sua ação em conjunto com a de outras milhares de pessoas começará a fazer a diferença; quando cada um de nós deixar de reclamar dos políticos e tomar as rédeas da própria vida as coisas vão começar a realmente mudar.

Onde a bicicleta entra nessa história? Há um meio de transporte mais prático para o dia a dia? Um carro serve para fazer a compra do mês no mercado ou transportar qualquer coisa que não se consiga carregar. Mas e nas outras ocasiões, que são a maioria dos casos em que as pessoas precisam se locomover? Acredito que a maioria delas possa ser resolvida de bicicleta ou de transporte público.

A bicicleta é um transporte mais humano, o ciclista tem mais consciência do movimento ao seu redor; é um veículo movido a exercício físico, não só melhora a saúde como está limitado a capacidade da pessoa (dificilmente um ciclista mataria alguém pedalando na rua, não podemos dizer o mesmo de um motorista); é muito mais prático de estacionar (acho que esse termo nem é cabível para uma bike); não poluí, não ocupa tanto espaço quanto um carro. Enfim, são inúmeros os benefícios de se utilizar a bicicleta.

Findando este texto, gostaria que imaginassem uma São Paulo com mais ciclistas. Mais pessoas nas ruas se falando ao invés de buzinando umas para as outras. Imaginassem uma cidade com menos estacionamentos e mais parques. Imaginassem uma cidade com menos avenidas e mais praças. Imaginassem uma São Paulo mais humana e menos mecânica. Deixem seus carros na garagem e percebam que o caminho provável é esse. Não acontecerá de uma hora para outra, mudanças são paulatinas, mas podem ter certeza que acontecerão se tivermos a iniciativa de provocá-las.

Potter

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Resenha - Diários de Bicicleta

Quem já passou de bike por algum lugar que só costuma (ou até sempre só passou por ali de carro) e percebeu algum detalhe que nunca havia reparado? o/

Essa é a essência do livro Diários de Bicicleta, escrito por David Byrne. Ele é um músico e compositor escocês, mais conhecido por ter fundado a banda Talking Heads. Além da carreira artística ele é um adepto da bicicleta como meio de transporte, sempre dando preferência à ela para se locomover nas cidades quais viajou para fazer shows, o que acabou lhe proporcionando uma perspectiva diferente desses locais.

No livro ele relata como as cidades são, principalmente suas infraestruturas para locomoção das pessoas. Por estar pedalando, ele consegue dar detalhes e ter reflexões significativas desses locais e como isso impacta na vida dos cidadãos - ou mesmo dos turistas como ele - daquela cidade.

Uma citação do final do livro, comentada por Tom Zé no prefácio à edição brasileira do livro, define um pouco do que é a experiência que Byrne retrata na obra:

“Observar e participar da vida de uma cidade — mesmo para uma pessoa reticente e frequentemente tímida como eu — é uma das maiores alegrias da vida. Ser uma criatura social — isso faz parte do que significa ser humano”

O livro tem uma linguagem simples e o texto é corrente, apesar de ter alguns pontos que o autor é bem descritivo – nada que deixe a leitura excessivamente maçante. Ideal para quem gosta de ler e pedalar!

Potter

sábado, 2 de agosto de 2014

Diário de Bordo – Paranapiacaba

Se este blog houvesse iniciado juntamente com os roles de bike esta postagem deveria se chamar “Diário de bordo – Paranapiacaba III”. Não é a primeira, e pelo visto não será a última, vez que visitamos a Vila de Paranapiacaba, localizada no município de Santo André, entre o Planalto Paulista e a Serra do Mar, ainda integrante da região metropolitana de São Paulo.

Partimos relativamente cedo, desta vez nosso meio de transporte foi essencialmente as linhas de trens metropolitanos, desde o distrito paulistano do Grajaú até o município de Rio Grande da Serra. Não é exatamente uma viagem confortável de se realizar carregando bolsas carregadas de roupas de frio, cobertores e revezando quem levava uma barraca de uns 15Kg. Conforto pode ter faltado, mas a falta dele foi compensada com muito bom humor e risadas por todo o percurso.

Chegamos tarde na vila por conta de atrasos de alguns dos integrantes do grupo, o cronograma era aproveitar um pouco do 14º Festival de Inverno de Paranapiacaba antes de nos deslocarmos para o acampamento, porém, o tempo era curto e tínhamos um percurso de 12Km em estrada de chão batido para chegar ao camping. O que não nos impediu de tirar algumas fotos, apreciar a vista e ouvir um pouco de música mesmo assim.

Em seguida uma rápida refeição e partimos em direção ao camping Simplão, foram alguns quilômetros de árdua caminhada, puxamos um bom ritmo, levando em conta as mochilas cheias e o terreno cheio de aclives e declives em estrada de terra. Fizemos os 12Km em certa de 90min.

No percurso passamos por uma vila chamada Taquarussu, que aparentemente estava abandonada, porém, ao menos um cachorro e uma mulher mal encarada espreitaram nossa passagem por ali. Afora isso vale ressaltar o revezamento da barraca, na realidade nosso amigo Nivannino e mais alguém levou ela, só este segundo elemento que mudou mesmo. Ahh, não podemos esquecer que segundo o Wesley, alguém penteou o morro, só porque as árvores estavam bem enfileiradas! No mínimo elas foram bem educadas quando eram brotinhos em pleno desenvolvimento!

Nossa chegada ao camping foi muito celebrada, um sentimento de “esse lugar não chega nunca” começava a se instaurar em todos. O êxtase que nos tomou foi ampliado por uma lindíssima vista do pôr do sol, que infelizmente não pode ser registrado com o real esplendor do momento, de qualquer forma, a imagem merece destaque e espero que suas imaginações possam completar o sentido dela.

Já era noite até nos acomodarmos no camping, tivemos que escolher um local iluminado por luzes artificiais para armar a barraca. Fomos rápidos levando em conta a situação, em pouco tempo nosso “pequeno” abrigo de pano estava armado, após isso nos concentramos na fogueira – na verdade o Ed tomou a frente desta atividade e a desempenhou muito bem.

Barraca armada, fogueira acessa (só faltou os marshmallows) pudemos aproveitar o ambiente aquecidos pelo fogo e animados por nossas companhias. Falando em companhias, recebemos uma visita totalmente inesperada. Com a seguinte anunciação “Robben, Canadá!” junto a um aceno de mão, um canadense juntou-se a nossa rodinha e começou a interagir conosco. Filou algumas bolachas e jogou pife conosco. Situação inesperada e cômica para todos nós!

Mesmo cansados ficamos acordados até próximo da meia-noite, isso não significa que fomos dormir, mas sim que entramos na barraca e nos acomodamos, porém, algumas pessoas estavam tão agitadas que fizeram questão de compartilhar sua animação com todos. Enfim, entre brincadeiras e conversas cochilamos um pouco, só até o frio do clima Subtropical úmido mostrar o seu potencial e ficar demais. Daí levantamos um pouco depois das três da manhã e levantamos acampamento, as quatro horas já estávamos a caminho da Vila de Paranapiacaba. Todos os 12Km novamente, só que na escuridão, iluminados somente por nossas lanternas. Tiramos algumas fotos, não ficaram muito boas, miniaturas aqui ficariam ruins, quem quiser dar uma olhada confiram no álbum do Facebook.

Chegamos a vila antes das sete da manhã. Bebemos um pouco d’água e esperamos o guia Léo para partirmos em direção à trilha da Cachoeira da Fumaça. Uma trilha de nível médio; com terrenos pantanosos, subidas e descidas leves, alguns riachos para atravessar e no final uma belíssima vista da Serra do Mar, Cubatão, Santos e Praia Grande. Não vou me prolongar na descrição da trilha e da cachoeira, vou deixar que as imagens falem por mim.

Foi basicamente isso, depois voltamos para Sampa. Quem quiser olhar mais fotos, dá uma olhada no álbum do Facebook. Falando em Facebook, participem do nosso grupo, lá publicamos nosso roles e conteúdo de ciclismo, equipamentos, roteiros de viagens/passeios, dicas de treinos e natureza. Participem dele, e quem sabe nos vemos nos próximos roles ;) .

Potter

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Tartarelas – prólogo

Bem-vindos ao blog dos Tartarelas! Antes de mais nada vamos as apresentações. Somos um grupo de aspirantes a ciclistas (alguns até já podemos considerar como, outros estão a caminho).

Tudo começou com o anseio por adrenalina e aventuras do nosso integrante fundador Ninno. O gosto dele por esportes e a vontade de vivenciar experiências ciclísticas contagiou sua irmã, Ninna – também integrante fundadora do grupo -, que por sua vez incentivou a mim a participar de seus roles de bike. Desde então estamos sempre à procura de novas aventuras para vivenciarmos com nossas magrelas.

Falando em magrelas, o nome do grupo é uma junção das palavras tartaruga e magrelas. Magrelas é meio obvio o motivo, agora tartarugas pede uma rápida explicação dos motivos: Primeiro; nem todos tem o mesmo ritmo de pedal, então em cada passeio alguém acaba ficando para trás e o restante do grupo precisa esperar esse (ou esses) retardatário(s). Segundo; é também uma referência às Tartarugas Marinhas, que sempre voltam para o mesmo local que nasceram para desovar – a analogia no nosso caso é estar em contato com a natureza. E a partir daí nossa integrante fundadora Ninna teve a criatividade de bolar o nome do nosso grupo: Tartarelas!

Agora um pouco sobre cada um de nós, seguindo a praxe vamos primeiro as damas.

Ninna: moleca, alto astral e companheira. Um pouco receosa no pedal nas descidas, receio que ela compensa com uma enorme disposição nas subidas.

Ninno: hiperativo, brincalhão e perverso (num bom sentido). Esse cara é incansável, acompanhar seu ritmo pedalando é para poucos.

Potter: responsável, motivador e realista. Leva tudo na esportiva, aliás quase tudo, até não ter que dormir na estação por não ter mais trens para voltarmos pra casa.

Sem mais delongas, aqui e em nosso grupo do Facebook (visite-o, curta-o e compartilhe-o) iremos postar conteúdos relacionados a ciclismo, equipamentos, roteiros de viagens/passeios, dicas de treinos e natureza (por que curtimos muito estar em contato com ela!).

Sejam bem-vindos e nos acompanhem. Como puderam notar no título este é somente o prólogo da nossa história, esperamos poder construir novos capítulos a cada dia com a ajuda de vocês. Estamos abertos a críticas e a novos companheiros de pedal, vamos nos falando pela Internet e esperamos encontra-los um dia na estrada. Por fim, um breve depoimento incentivador da nossa integrante feminina fundadora ...

“Acordei e me dei conta de que já haviam se passado anos demais, e que nada do que realmente vibra dentro de mim estava sendo concretizado. Resolvi juntar tudo o que tinha de mais valioso, meu Manolo, minha liberdade, minha molecagem, meus verdadeiros Zamigos e ser fiel ao que me fez despertar para viver. E hoje, eu posso afirmar a vocês que nada do que deixei pra traz me faz falta, que os lugares, pessoas e experiências já vividas, só me motivam a não querer parar jamais, pois há sempre algo, alguém interessante para nos mostrar o quanto podemos ser melhores e fazer mais, com simplicidade e cumplicidade em prol da nossa felicidade. Nos encontramos por aí, na rodovia, numa trilha, acampando, explorando e quando me reconhecer, não fique de cerimônia, pois não há tempo a perder com isso, vamos ao que interessa: ser felizes!”

Nivannina – integrante fundadora dos Tartarelas

Potter