terça-feira, 19 de agosto de 2014

Ciclo Vida

São Paulo, sexta-feira, 18h. Quantas pessoas devem estar tentando se locomover nesta metrópole num dia como este? Precisar é quase impossível, mas é certo que o número está na casa dos milhões. Carros, ônibus, trens. Estes superlotados, aquele quase sempre com uma pessoa solitária no banco do motorista. Todos formando filas quilométricas de congestionamento. Um típico entardecer desanimador paulistano.

Ficaram tristes com essa descrição? Imagino que sim, qualquer um que já tenha passado, ou melhor dizendo, perdido algumas horas da vida por conta de um congestionamento, seja em Sampa ou em qualquer outro lugar, deve ficar desalentado quando lembra da situação. E pior ainda, sabendo que as coisas devem ficar assim por um bom tempo.

Ou não! Imaginem o mesmo cenário, São Paulo, sexta-feira, 18h. Avenidas vazias. Ãhn?! Avenidas vazias?! Sim, acho que é possível sim isso acontecer. Paulatinamente o governo está investindo no transporte de São Paulo, ciclovias (apesar de algumas não serem exatamente adequadas para um passeio) estão sendo construídas; mais linhas de metrô e trem servirão de transporte; e os ônibus têm preferência nas faixas exclusivas. Mas não é isso e nenhuma obra ou investimento do governo que mudará o cenário descrito acima, mas sim as pessoas.

Quando cada um de nós perceber que é parte integrante dessa cidade; quando cada um de nós se der conta de que sua ação em conjunto com a de outras milhares de pessoas começará a fazer a diferença; quando cada um de nós deixar de reclamar dos políticos e tomar as rédeas da própria vida as coisas vão começar a realmente mudar.

Onde a bicicleta entra nessa história? Há um meio de transporte mais prático para o dia a dia? Um carro serve para fazer a compra do mês no mercado ou transportar qualquer coisa que não se consiga carregar. Mas e nas outras ocasiões, que são a maioria dos casos em que as pessoas precisam se locomover? Acredito que a maioria delas possa ser resolvida de bicicleta ou de transporte público.

A bicicleta é um transporte mais humano, o ciclista tem mais consciência do movimento ao seu redor; é um veículo movido a exercício físico, não só melhora a saúde como está limitado a capacidade da pessoa (dificilmente um ciclista mataria alguém pedalando na rua, não podemos dizer o mesmo de um motorista); é muito mais prático de estacionar (acho que esse termo nem é cabível para uma bike); não poluí, não ocupa tanto espaço quanto um carro. Enfim, são inúmeros os benefícios de se utilizar a bicicleta.

Findando este texto, gostaria que imaginassem uma São Paulo com mais ciclistas. Mais pessoas nas ruas se falando ao invés de buzinando umas para as outras. Imaginassem uma cidade com menos estacionamentos e mais parques. Imaginassem uma cidade com menos avenidas e mais praças. Imaginassem uma São Paulo mais humana e menos mecânica. Deixem seus carros na garagem e percebam que o caminho provável é esse. Não acontecerá de uma hora para outra, mudanças são paulatinas, mas podem ter certeza que acontecerão se tivermos a iniciativa de provocá-las.

Potter

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